Como adaptar e traduzir cursos on-line para diferentes países

Imagine que a matriz da sua empresa, em Londres, possui um treinamento sobre o preparo de uma receita incrível, e precisa adaptá-lo para diferentes países… O que você faria? Pensando em cenários como esse, separei alguns pontos importantes para te ajudar a adaptar e traduzir cursos on-line da melhor forma.

Pois bem, voltando para o exemplo anterior, o treinamento será aplicado também no Brasil e você será a pessoa responsável por “tropicalizar” esse curso.

Sim, é isso mesmo que você leu!

Não é incomum o uso desse termo para dizer que é necessário adaptar um curso para a realidade dos trópicos – abaixo da linha do Equador.

Uhm, ok, Geografia não é seu forte?

Tudo bem, tem outra expressão: localizar o curso.

Isso quer dizer que é preciso pensar na localização de todo o seu conteúdo para o local de destino.

E localizar um curso é mais do traduzir o texto.

Dê uma olhada em algumas telas do curso e note que existem símbolos de uma região e de uma cultura que não se encaixam na nossa realidade. Você consegue identificá-las?

Ilustração do artigo "Como adaptar e traduzir cursos on-line para diferentes países"
Ilustração 2 do artigo "Como adaptar e traduzir cursos on-line para diferentes países"
Imagens extraídas de http://www.elearningsuperstars.com/project/how-to-make-christmas-pudding/

Você viu que há referências que são da cultura inglesa e não fariam sentido em um curso aqui, sim? Tais como o símbolo de libras (moeda inglesa), a figura da rainha Elizabeth, moedas de lá e alguns ingredientes que são comuns naquela região. Talvez outras telas apresentem ainda a unidade de medida em oz.

Isso é apenas um exemplo, mas note como não basta traduzir, é preciso contextualizar o curso para o perfil do público-alvo, incluindo texto, imagens, expressões, unidades de medida e, talvez, até a fonte do texto, como por exemplo, para um idioma arábico.

Como adaptar e traduzir cursos on-line na prática

Na prática, uma localização bem feita é o que vai te ajudar a adaptar e traduzir qualquer treinamento. Para isso, você precisa considerar os pontos a seguir:

– Diferenças culturais

Existem hábitos culturais adotados em alguns países e que são absolutamente estranhos para outras culturas.

Em um curso de vendas no Japão, a imagem provavelmente traria uma pessoa se curvando à outra para cumprimentar… aqui não faria sentido. Deveria ser substituído por pessoas dando as mãos.

Cuide para que você conheça as diferentes culturas pelas quais você transita no seu trabalho.

– Retenção da aprendizagem

Quando falamos em aprendizagem de adultos, o contexto é muito importante; se o aluno percebe que aquele curso não foi feito para ele, ele dispersa.

Caso ele precise fazer conversões de milhas para quilômetros, por exemplo, tchau atenção!

– Identidade visual

Cores são percebidas de forma distinta também. Cor de rosa, para nós, dá ideia de feminino; na África do Sul, remete à pobreza.

Se o aluno vive em Belo Horizonte e o cenário todo mostra o escritório dele nos Alpes Suíços, das duas uma: ou ele fecha o curso porque não se identifica com aquilo ou ele vai para uma página de agência cotar o preço de uma viagem.

Mas, e se você está desenvolvendo um curso que será localizado para outros países, quais cuidados tomar?

– procure usar personagens de características neutras, se for o caso

– use o mínimo possível de recursos gráficos – personagens, cenários etc

– não use fotos com textos nelas – como placas, por exemplo

– tente usar um tom neutro na abordagem, evitando frases de efeito que tragam toques de humor ou expressões características de uma região

Tomar esses cuidados pode contribuir para que você faça melhor gestão do seu tempo futuro e, assim, certamente fará melhor uso do orçamento de treinamento.

Agora é sua vez, me conta aqui nos comentários se esse post te ajudou!

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